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A Mitologia Tupi-Guarani



Os Brasileiros conhecem várias mitologias...Grega, Romana, Egipcia mas é lamentável que não conheçam sua própria mitologia...a mitologia dos povos que viviam antes da chegada europeia provando que a mitologia Tupi- guarani é tão rica quanto as outras.

A mitologia guarani se insere dentro da mitologia tupi, que é o conjunto das crenças fundamentais dos povos do tronco linguístico tupi. A mitologia tupi foi criada em tempos imemoriais e ainda é cultivada até hoje por alguns povos indígenas sul-americanos, como os guaranis.


Mitología guarani da criação

A figura primária na maioria das lendas guaranis da criação é Nhanderuvuçu, o deus e realizador de toda a criação. Com a ajuda da deusa lua BIA (ou Jaci), Nhanderuvuçu desceu à Terra num lugar descrito como um monte na região do Areguá, no Paraguai, e, deste local, criou tudo sobre a face da Terra, incluindo o oceano, florestas e animais. Também as estrelas foram colocadas no céu nesse momento. Nhanderuvuçu, então, criou a humanidade (de acordo com a maioria dos mitos guaranis, eles foram, naturalmente, a primeira raça criada, com todas as outras civilizações nascidas deles) em uma cerimônia elaborada, formando estátuas de argila do homem e da mulher com uma mistura de vários elementos da natureza. Depois de soprar vida nas formas humanas, deixou-os com os espíritos do bem e do mal e partiu.

Nhanderuvuçu




Conhecido também como Nhamandú, Yamandú ou Nhandejara, é considerado como o deus supremo da mitologia tupi-guarani. Nhanderuvuçu não tem uma forma antropomórfica, pois é a energia que existe, sempre existiu e existirá para sempre, portanto Nhanderuvuçú existe antes mesmo de existir o Universo. No princípio ele destruiu tudo que existia e depois criou a alma, que na língua tupi-guarani se chama "Anhang" ou "añã"; "gwea" significa velho(a); portanto anhangüera "añã'gwea" significa alma antiga. Nhanderuvuçú criou as duas almas e, das duas almas (+) e (-) surgiu "anhandeci" a matéria. Depois ele desejou lagos, neblina, cerração e rios. Para tudo isso, ele criou Iara, a deusa dos lagos. Depois criou Tupã que é quem controla o clima, o tempo e o vento, Tupã manifesta-se com os raios, trovões, relâmpagos, ventos e tempestades, é Tupã quem empurra as nuvens pelo céu. Nhanderuvuçú criou também Caaporã (Caipora) o protetor das matas por si só nascidas, e protetor dos animais que vivem nas florestas, nos campos, nos rios, nos oceanos, enfim o protetor de todos os seres vivos.

Tupã




Seria um tipo de líder na mitologia tupinambá, senhor dos trovões e tempestades. Em analogia simples, poderia ser comparado ao deus grego Zeus, ou mesmo ao deus nórdico Thor, pois ele compartilha a mesma explicação comum nos deuses dos povos antigos para os relâmpagos. Tupã também tem a característica da onipresença, que é muito comum nas religiões cristãs, judaica e islâmica. Os jesuítas, na época da colonização, difundiram uma opinião errônea de que o trovão em sí seria um deus indígena, sendo que na verdade, ele é apenas a maneira utilizada por Tupã para se expressar.

Tupi





Personagem primordial de todos os povos tupis. O antepassado principal, que deu origem à todos os índios. Por isso, muitas nações tupis criaram seus nomes como homenagens a tupi: tupinambás, tupiniquins, tupiminós, tupiguaés, etc...

Iara




Deusa das águas, também conhecida como Uiara, ela é vista como uma linda sereia que vive nas profundezas do rio Amazonas, de pele parda, cabelos verdes longos e olhos castanhos.

Abaçai




É o deus da guerra, um tipo de 'Áries' ou 'Marte' dos nativos. É o espírito guerreiro que se apossa do índio que se prepara para batalhas sangrentas. Por isso, dizem que aqueles preparados para a guera estão "abaçaiados".

Angra




A deusa do fogo da mitologia tupi-guarani.

Andurá



Uma árvore fantástica e surreal, que a noite se inflama subitamente, se parecendo bastante com a forma através da qual o deus judaico-cristão se comunica com seus profetas.

Chandoré




Deus da mitologia tupi-guarani. Segundo a lenda, teria sido enviado para matar o índio malvado Pirarucu, que desafiou Tupã, mas fracassou, pois Pirarucu se jogou no rio. Como castigo o índio transformou-se em um peixe, que leva o seu nome.

Sumé






Também conhecido como Zumé, Pay Sumé ou Tumé, entre outros nomes, é a denominação de uma antiga entidade da mitologia dos povos tupis do Brasil cuja descrição variava de tribo para tribo. Tal entidade teria estado entre os índios antes da chegada dos portugueses, e transmitido uma série de conhecimentos como a agricultura, fogo e organização social, e seria uma espécie de deus das leis e das regras. Era visto com cabelos amarelos, voava por todo lugar, e inclusive mergulhava sob as águas do mar, até quando desapareceu. Sumé deixou dois filhos, Tamandaré e Ariconte, que eram muito diferentes e odiavam um o outro.

Rudá




O deus do amor, que vive nas nuvens. Seu trabalho é o de despertar o amor no coração das mulheres. Equivalente a deusa Hathor da mitologia egípcia, Vênus da mitologia romana, e Afrodite da grega.


Jaci



A deusa da Lua e da Noite seria responsável pela magia e encanto dos homens. Teria sido criada por Tupã para dar beleza à Terra. Irmã de Iara (deusa dos lagos serenos), Jaci tornou-se esposa do próprio Tupã. Outras versões da mitologia indígena dizem que Jaci seria esposa e/ou irmã Guaraci, o deus Sol. Jaci é equivalente a Vishnu dos hindus e Ísis dos egípcios.

Guaraci (ou Quaraci)




Guaraci é a representação do deus Sol, responsável pela luz, vida e pureza do planeta Terra, assim como Brahma (hinduísmo) e Osíris (egípcio).

Yorixiriamori



Esse deus encantava as mulheres com seu belo canto, o que despertou a inveja dos homens que tentaram matá-lo. Por isso, ele fugiu para o céu sob a forma de um pássaro. É um personagem do famoso mito "A árvore cantante", dos índios Ianomâmis.

Anhangá




Os jesuítas propagaram a imagem errônea de que Anhangá seria o equivalente ao Diabo da religião Cristã, porém, Anhangá (que significa espírito) seriam almas que vagam pela Terra, que podia assumir qualquer forma, mas que seria mais visto como um veado com olhos de fogo. Além disso, Anhangá seria o protetor dos animais, protegendo-os contra caçadores. Quando um animal consegue escapar miraculosamente durante uma caça, os índios atribuem tal façanha a Anhangá.

Jurupari




Filho da índia Ceuci, que após comer um fruto proibido para moças no período fértil (fruta mapati), ficou grávida miraculosamente, após o suco da fruta escorrer pelo seu corpo nu. Quando o conselho de anciãos soube da história de Ceuci, ela foi punida com exílio, onde teve seu filho, chamado Jurupari, enviado do deus Sol Guaraci, que teria como missão reformular os costumes e o modo de vida dos homens, que eram submetidos às mulheres. Visto como o grande Legislador, com 7 dias de vida já aparentava 10 anos de idade, e sua sabedoria atraiu as pessoas que ouviam seus ensinamentos enviados pelo deus Sol. Por sua vez, a história contada pelos jesuítas atribui Jurupari a uma espécie de demônio que visita os sonhos das pessoas, dando origem aos pesadelos, pois o ritual de Jurupari era o mais praticado na época da colonização. O ritual exclusivo para homens, inclui músicas com flautas, flagelações, tabaco e coca e alucinógenos.

Ceuci




Deusa da lavoura e das moradias, representada pela estrela mais brilhante da constelação de Plêiades. Quando na Terra, era mãe de Jurupari, o enviado do Sol/Guaraci, se submeteu ao novo método patriarcal das tribos. As mulheres não podiam participar dos rituais de Jurupari, pois os deuses matariam a intrusa. Certa vez, Ceuci com saudade de seu filho, aproximou-se dele durante um cerimonial, e foi quando ela foi atingida por um raio, enviado por Tupã. Jurupari, também filho do Sol, foi enviado para ressuscitá-la, mas não o fez para não desobedecer a lei dos deuses. Ele a acalmou dizendo que iria brilhar no céu, e encontrar o deus Guaraci, e nesse momento, Jurupari chorou. Por isso, quando faz Sol e chuva ao mesmo tempo, os índios dizem que o espírito de Jurupari está por perto.

Akuanduba



Uma divindade dos índios araras, toca a sua flauta para dar sustentação e ordem ao mundo, representando a harmonia divina.

Wanadi


Deus dos iecuanas, faz parte de um mito em que o Sol teria criado três seres vivos para habitar o mundo. Apenas Wanadi nasceu perfeito enquanto que os outros dois seriam responsáveis pelo mal do planeta.

Yebá Bëló


Chamada de “mulher que apareceu do nada”, é citada como a responsável pela criação da humanidade segundo os Dessanas. De acordo com a lenda, teria moldado os homens e mulheres das folhas de coca que masca, chamadas de ipadu.

Caipora


O nome caipora vem do tupi-guarani Caapora, e quer dizer "habitante do mato". Caipora é representado pela forma de um índio jovem, coberto de pelos e vive montado em uma espécie de porco-do-mato. Ele é o guardião da vida animal. É ele que estala os galhos, faz assobios e dá falsas pistas para desorientar os caçadores. Reza a lenda que Caipora seria canibal, se alimentando de tudo e todos que caçam nas florestas, punindo homens, insetos ou até outros animais. Caipora é responsável por punir, principalmente, aqueles que caçam além da necessidade.

Primeiros humanos


Os humanos originais eram Rupave e Sypave, nomes que significam "Pai dos povos" e "Mãe dos povos", respectivamente. O par teve três filhos e um grande número de filhas. O primeiro dos filhos foi Tumé Arandú, considerado o mais sábio dos homens e o grande profeta do povo guarani. O segundo filho foi Marangatu, um líder generoso e benevolente do seu povo, e pai de Kerana, a mãe dos sete monstros legendários do mito guarani. Seu terceiro filho foi Japeusá, que foi, desde o nascimento, considerado um mentiroso, ladrão e trapaceiro, sempre fazendo tudo ao contrário para confundir as pessoas e tirar vantagem delas. Ele, eventualmente, cometeu suicídio, afogando-se, mas foi ressuscitado como um caranguejo, e, desde então, todos os caranguejos foram amaldiçoados para andar para trás como Japeusá. 


Entre as filhas de Rupave e Sypave, estava Porâsý, notável por sacrificar sua própria vida para livrar o mundo de um dos sete monstros lendários, diminuindo seu poder (e portanto o poder do mal como um todo). 

Crê-se que vários dos primeiros humanos ascenderam em suas mortes e se tornaram entidades menores. 

Os sete monstros lendários

Kerana, a bela filha de Marangatu, foi capturada pela personificação ou espírito do mau chamado Tau (em tupi antigo, Taúba ou Taubymana). Juntos, eles tiveram sete filhos, que foram amaldiçoados pela grande deusa Arasy, e todos, exceto um, nasceram como monstros horríveis.
Tau perseguindo Karena

Os sete são considerados figuras primárias na mitologia guarani e, enquanto vários dos deuses menores ou até os humanos originais são esquecidos na tradição verbal de algumas áreas, estes sete são geralmente mantidos nas lendas. Alguns são considerados reais até mesmo em tempos modernos, em áreas rurais ou regiões indígenas. Os sete filhos de Tau e Kerana são, em ordem de nascimento:

Teju Jagua


Deus ou espírito das cavernas e frutas, ele tem um grande corpo de lagarto e sete cabeças de cachorro. Arrasta-se como um lagarto e come frutas e mel. No alto de sua cabeça, encontra-se incrustada uma pedra preciosa, o carbúnculo. Vive no cerro do Jarau em meio a um imenso tesouro

Mboi Tu'i


Mboi Tu'i se traduz literalmente como "serpente - papagaio", que descreve a aparência destas criaturas. Mboi Tu'i tem a forma de uma enorme serpente, com uma enorme cabeça e bico de papagaio. Ele também tem uma língua bifurcada vermelho da cor do sangue. Sua pele é escamosa e listrada. Penas cobrem a sua cabeça. Ele tem um olhar prejudicial que assusta a todos que tem a má sorte de ser encontrado com ele. Ele patrulha pântanos e protege a vida dos anfíbios, gosta da umidade e flores, ele solta um poderoso e terrível grito incrível que pode ser ouvido de muito longe e que infunde o terror em todos que a ouvem e é considerado o protetor dos animais aquáticos e as zonas úmidas.

Moñai


Moñai possui dois chifres retos que funcionam como antena.

Seus domínios são os campos abertos. Ele pode escalar árvores com facilidade e deslizar para baixo para caçar os pássaros a quem ele se alimenta e domina com o poder hipnótico de suas antenas. Devido a isso ele é chamado o senhor do ar.



Moñai gosta de roubar e esconder o produto de seus crimes em uma caverna. Suas incursões contínuas roubando e nas aldeias provocou grande discórdia entre o povo como todos eles acusam-se mutuamente para a roubos e misterioso "desaparecimento" dos seus pertences.



Os habitantes da cidade se juntaram para pôr fim às ações Moñai e de seus irmãos. 


A bela Porâsý ofereceu-se para realizar esta missão.

Ela convenceu Moñai que ela estava apaixonada por ele, e que antes de se celebrar o casamento, ela queria conhecer os irmãos.



Moñai a deixou sob os cuidados de Teju Jagua e saiu para buscar o resto de seus irmãos: 

Mboi Tu'i, Yasy Yateré, Kurupi, Luisón e Ao Ao.


Quando ele finalmente trouxe todos eles, começaram os rituais de casamento. Os irmãos estavam completamente embriagados. Foi nesse momento que Porâsý tentou fugir da caverna que era fechada por uma pedra enorme.



Moñai a impedia de sair e a jogou de volta para a caverna. 


Porâsý gritou para alarmar as pessoas que estavam esperando lá fora. 

Sabendo que ela não conseguiria sair, ela ordenou que as pessoas queimassem a caverna, mesmo com ela dentro.


Em troca do sacrifício de Porâsý, os deuses elevaram sua alma e a transformaram em um pequeno, mas intenso ponto de luz. Desde então, os deuses destinaram o espírito de Porâsý a acender a luz da aurora.

Jaci Jaterê




Jaci Jaterê (também grafado como Jasy Jatere em Guarani e Yasy Yateré em espanhol) é o nome de uma importante figura da Mitologia guarani. Um dos sete filhos de Tau e Kerana, as lendas de Yacy Yateré são das mais importantes da cultura das populações que falam o idioma Guarani, na América do Sul. 

Com um nome que significa literalmente pedaço da Lua, é único dentre os seus irmãos a não possuir uma aparência monstruosa. Usualmente é descrito como um homem de pequena estatura, ou talvez uma criança, aloirado e às vezes com olhos azuis. Tem uma aparência distinta, algumas vezes descrita como bela ou encantadora, e carrega um bastão ou cajado mágico. Como a maioria de seus irmãos, habita na mata, sendo considerado o protetor da erva-mate. Algumas vezes é visto como protetor dos tesouros escondidos. 

Jaci Jaterê também é considerado o senhor da sesta, o tradicional descanso ao meio do dia das culturas latino-americanas. De acordo com uma das versões do mito, ele deixa a floresta e percorre as vilas procurando por crianças que nao descansam durante a sesta. Embora seja naturalmente invisível, ele se mostra a essas crianças e aquelas que veem seu cajado caem em transe ou ficam catalépticas. Algumas versões dizem que essas crianças são levadas para um local secreto da floresta, onde brincam ate o fim da sesta, quando recebem um beijo mágico que as devolve a suas camas, sem memória da experiência. 

Outras são menos claras, onde as crianças são transformadas em feras ou entregues ao seu irmão Ao Ao, uma criatura canibal que se alimenta delas. Muitas lendas Guarani têm muitas versões por serem apenas orais, mas está claro que a intenção é manter as crianças obedientes e sossegadas durante a sesta. 

Como já foi dito, o poder de Jaci Jaterê vem de seu bastão mágico, e se alguém for capaz de tirar seu cajado, ele se atira ao chão e chora como uma criança pequena. Neste estado, se alguém perguntar pelos tesouros escondidos, recebe uma recompensa, lenda semelhante ao Leprechaun ou duende europeu. 

Alguns estudos associam o Jaci Jaterê à gênese da lenda do Saci Pererê, que por influências africanas e europeias acabou por se distanciar das características originais.

Curupi



"Curupira-amarelo", "taiutú-perê", "micuim-cambá", são sinônimos para este homúnculo que habita as florestas densas e que, em noites de lua cheia atormenta a vida dos índios e animais.



Pequeno, de coloração amarelo-pálida, olhos negros (sem pupilas), dentes pontiagudos; movimenta-se através de saltos e é muito rápido. Alimenta-se de filhotes de animais recém-nascidos e fezes de cotia, e na mata é reconhecido por seus gritos e gargalhadas malévolos, principalmente de madrugada. Um importante e curioso atributo físico deste pequeno ser encantado consiste em seu falo - que, em forma de espiral, gira no entorno do seu abdômen (vide foto).

Muito sagaz e ativo, é temido e respeitado pela comunidade ribeirinha, pois costuma perseguir e violentar índios (homens) e caçadores perdidos na floresta, assim como índias virgens (muito raramente), sendo que, se isto ocorrer em noites de lua nova, segundo a crença, será concebido um ser híbrido, pequenino e atrevido.

Segundo a cultura popular, habita as florestas tropicais, principalmente a região da bacia amazônica, especialmente no afluente rio Madeira. Não obstante, testemunhas relatam sua aparição desde os primórdios da década de 1940 nos Estados de Mato Grosso, Acre, Rondônia, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Paraná e principalmente em Minas Gerais.

Ao Ao




Ao Ao é freqüentemente descrito como sendo uma voraz criatura parecida com um carneiro, com um grande conjunto de presas afiadas. Alternativamente, também é descrito como uma grande queixada carnívora.


O seu nome é derivado do som que faria ao perseguir suas vitimas. O primeiro Ao Ao teria uma enorme virilidade e por isso é identificado como o principio da fertilidade pelos guaranis. Produziu grande descendência igual a ele, e servem coletivamente como senhores e protetores das colinas e montanhas.

É descrito ainda como sendo canibal devorador de gente. Embora sua descrição física seja claramente não humana, é meio humana por nascimento, então o termo canibal se aplicaria. De acordo com a maioria das versões do mito, quando localiza uma vítima para sua próxima refeição, persegue o infeliz humano por qualquer distância ou em qualquer território, não parando até conseguir sua refeição.

Se a presa tentar escapar subindo em uma árvore, o Ao Ao circundará a mesma, uivando incessantemente e cavando as raízes até a árvore cair. De acordo com o mito, a única árvore segura para escapar seria a palmeira, que conteria algum poder contra o Ao Ao, e se a vítima conseguisse subir em uma, ele desistiria e sairia em busca de outra refeição. O Ao Ao também teria a função de levar as crianças desobedientes para seu irmão, Jaci Jaterê.

Luison


O Luison ou Lobizón (em espanhol) e uma criatura detentora do poder sobre a morte. Acredita-se que seja semelhante a um lobo sul americano ou a um macaco de olhos vermelhos, com barbatanas de peixe e um enorme falo (de anta). Seu nome é derivado do nome de outra criatura mitológica, o lobisomem.


Também conhecido pelos nomes de Luisito, Juicho e Luisõ, é descrito como o sétimo e último filho varão de Tau e Keraná, sobre quem caiu uma maldição transmitida por seus progenitores: nas noites de lua cheia de sexta-feira e/ou terça-feira, o indivíduo se transformava em uma criatura com metade das características de um cachorro muito grande e um homem (outras vezes, também, possuía as características de um porco). 


A origem do mito é incerta.

Outros deuses, figuras, lendas e mitos importantes


  • Abaangui, um deus creditado pela criação da lua
  • Abaçaí, é um espírito que habita as florestas e convida a dançar, cantar e fazer festa. Habita os ermos das florestas e possui o indígena que se aparta de seu grupo, deixando-o em transe arrebatado, fora de si. Um espírito que a ótica dos europeus e da evangelização tentou transformar em "gênio maléfico", desconsiderando a necessidade de evasão tão presente na cultura de todo o mundo.
  • Angatupyry, é o espírito do bem que orienta Rupavé e Sypavé (pai e mãe da humanidade, respectivamente) e seus descendentes (a humanidade, propriamente dita) pelos caminhos da vida.
  • Boitatá, é um termo tupi-guarani, o mesmo que Baitatá, Biatatá, Bitatá, "Batata" e Batatão, usado para designar, em todo o Brasil, o fenômeno do fogo-fátuo e deste derivando algumas entidades míticas, um dos primeiros registrados no país.
  • Boiuna, cobra-grande, mãe-do-rio ou senhora-das-águas é um mito amazônico de origem ameríndia. É descrita como uma enorme cobra escura capaz de virar as embarcações. Também pode imitar as formas das embarcações, atraindo náufragos para o fundo do rio, ou assumir a forma de uma mulher.
  • Curupira, Ele é uma entidade das matas, um moleque de cabelos compridos e vermelhos, cuja característica principal são os pés virados para trás e muitas vezes chamado de "Demonio da floresta".
  • Ipupiara (do tupi antigo 'Ypupîara, "o que está dentro d'água"), um monstro marinho
  • Jurupari é um personagem dos povos indígenas da América do Sul. Na época da chegada dos primeiros europeus ao continente (século 16), Jurupari era o culto mais difundido. Visando a combatê-lo, os missionários católicos passaram a associar Jurupari ao diabo cristão
  • Karú-Sakaibê, herói civilizador dos índios mundurucus
  • Lenda da erva-mate.Uma tribo indígena nômade se deteve nas ladeiras das serras onde nasce o Rio Tabay. Quando retomou seu caminho, um dos membros da tribo, um índio velho e cansado pelos anos, ficou refugiado na selva, na companhia de sua filha Yaríi, que era muito bonita. Um dia, chegou, ao esconderijo do velho, um homem que possuía uma pele de cor estranha e que se vestia com roupas esquisitas, a quem receberam com generosidade. O velho ofereceu ao visitante uma carne assada de acuti, um roedor da região e um prato de tambu, que é preparado com uma larva de carne branca e abundante que os Guaranis criam nos troncos de pindó. Conta a lenda que o visitante era um enviado do deus do bem, que quis recompensar tanta generosidade proporcionando-lhes algo que pudessem oferecer sempre aos seus visitantes e que poderia encurtar as horas de solidão às margens dos riachos onde descansavam. Para eles, fez brotar uma nova planta no meio da selva, que chamou de Yaríi, deusa que a protegia, e confiou seus cuidados a seu pai, Cáa Yaráa, ensinando-lhe a secar seus ramos ao fogo e a preparar uma iguaria que poderiam oferecer a todos os que os visitassem. Desde então, a nova planta cresce, oferecendo folhas e galhos para preparar o mate.
  • Lenda da vitória-régia. Há muitos anos, em uma tribo indígena, contava-se que a lua (Jaci, para os índios) era uma deusa que ao despontar a noite, beijava e enchia de luz os rostos das mais belas virgens índias da aldeia - as cunhantãs-moças. Sempre que ela se escondia atrás das montanhas, levava para si as moças de sua preferência e as transformava em estrelas no firmamento. Uma linda jovem virgem da tribo, a guerreira Naiá, vivia sonhando com este encontro e mal podia esperar pelo grande dia em que seria chamada por Jaci. Os anciãos da tribo alertavam Naiá: depois de seu encontro com a sedutora deusa, as moças perdiam seu sangue e sua carne, tornando-se luz - viravam as estrelas do céu. Mas quem a impediria? Naiá queria porque queria ser levada pela lua. À noite, perambulava pelas montanhas atrás dela, sem nunca alcançá-la. Todas as noites eram assim, e a jovem índia definhava, sonhando com o encontro, sem desistir. Não comia e nem bebia nada. Tão obcecada ficou que não havia pajé que lhe desse jeito. Um dia, tendo parado para descansar à beira de um lago, viu em sua superfície a imagem da deusa amada: a lua refletida em suas águas. Cega pelo seu sonho, lançou-se ao fundo e se afogou. A lua, compadecida, quis recompensar o sacrifício da bela jovem índia, e resolveu transformá-la em uma estrela diferente de todas aquelas que brilham no céu. Transformou-a então numa "Estrela das Águas", única e perfeita, que é a planta vitória-régia. Assim, nasceu uma linda planta cujas flores perfumadas e brancas só abrem à noite, e ao nascer do sol ficam rosadas.
  • Mahyra, seria o herói mítico, pai dos gêmeos Korahi e Sahi (o sol e a lua). São estes gêmeos que completam o trabalho de separação da natureza e da cultura, iniciados por Mahyra, o herói civilizador por excelência, pois foi ele quem roubou o fogo ao urubu e o deu aos homens. Teria sido um profeta, sucessor de Mairumûana ou Maíra-humane (literalmente, "o antigo Maíra": Maíra + umûan, "antigo" + a, sufixo). Os índios tupis do litoral brasileiro do século XVI associaram este ser mitológico aos homens brancos e, em especial, aos navegadores franceses, passando a chamá-los de "maíra". Maíra-poxy: traduzido do tupi antigo, "Maíra ruim". Outro personagem mitológico dos tupis da costa brasileira do século 16.
  • Mairata, também chamado Mairatã (traduzido literalmente do tupi antigo, "Maíra forte": Maíra, Maíra + atã, forte), era uma entidade mitológica dos antigos povos tupis.
  • Mairumûana ou Maíra-humane (traduzido literalmente do tupi antigo, "o antigo Maíra": Maíra, Maíra + umûana, antigo): um personagem mítico dos tupis que habitavam o litoral brasileiro no século 16.
  • Mbaeapina (traduzido do tupi antigo, "coisa tosquiada": mba'e, coisa, bicho + apina, tosqueado), um monstro marinho
  • M'Bororé: velho cacique guarani que guarda uma casa branca sem portas nem janelas no alto Rio Uruguai com tesouros deixados pelos jesuítas
  • Nhanderequeí: literalmente, "nosso irmão mais velho".Herói civilizador dos índios guaranis.
  • Pombero, um espírito popular de travessura
  • Pytajovái, deus da guerra
  • Saci, A figura do saci surge como um ser maléfico, como somente brincalhão ou como gracioso
  • Tamandaré, um pajé lendário que fez uma fonte que inundou o mundo. Ele se abrigou no alto de uma palmeira com sua mulher. Quando a água baixou, o casal deu origem aos índios tupinambás.
  • Tigre Azul (em guarani, Baipu Tuvy ou Baipu Chivy), o tigre mitológico que mata a lua durante a fase minguante e que morde o sol durante os eclipses solares.
  • Yvy marã e'ỹ ou Guajupiá, a "terra sem males" faz referência ao mito de uma terra onde não haveria fome, guerras ou doenças. O mito foi um dos principais instrumentos de resistência utilizados pelo povo guarani contra o domínio dos espanhóis e portugueses. Os movimentos pela busca da "terra sem males" era articulado pelos pajés, que se intitulavam Karaí. Em 1549, sofrendo com a colonização portuguesa, 15 000 índios partiram do litoral rumo aos Andes, buscando a "terra sem males". Apenas trezentos chegaram a Chachalpoyas, no Peru, onde, ao invés de bonança, foram capturados e presos.



Fontes:

- Wikipédia
- Curto e Curioso

- Mitologia Brasileira Blog
- Os Grandes Mistérios

- Mitos e Estações Tupi-Guarani

- Kowai

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